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quinta-feira, 28 de maio de 2009

ONU rejeita ameaças da Coreia do

Norte;


EUA e Coreia do Sul elevam alerta



O comando da ONU (Organização das Nações Unidas) na Coreia do Sul, liderado pelos Estados Unidos, rejeitou nesta quinta-feira o anúncio da Coreia do Norte encerrando o armistício assinado ao término da Guerra da Coreia (1950-1953), informou a agência sul-coreana de notícias Yonhap.

Nesta terça-feira, o regime comunista decretou o fim do cessar-fogo e ameaçou atacar a Coreia do Sul --discurso que fez Seul e Washington aumentarem o nível de alerta das tropas para o nível 2 pela primeira vez desde 2006, quando Pyongyang fez seu primeiro teste nuclear.

Segundo o jornal sul-coreano "Korea Times", a Coreia do Norte enviou nesta semana mais de 600 mísseis Scud com alcance entre 320 e 500 km e outros 200 mísseis Rodong, com alcance de 1.300 km, para a fronteira com a Coreia do Sul.

Em comunicado, o comando das Nações Unidas afirmou que "o armistício segue em vigor e é vinculativo para todos os seus signatários", e lembrou que serviu como uma garantia legal do cessar-fogo durante 55 anos.

O regime comunista afirmou nesta terça-feira que não se sente vinculado ao armistício de 1953, uma retaliação por Seul aderir à iniciativa americana contra o tráfico de armas de destruição em massa que, na sigla em inglês, recebe o nome de PSI। O recado é que haverá reação militar caso as forças de Seul tentem interceptar algum de seus navios.

Essa campanha permite abordar navios e aviões suspeitos de participar da proliferação de armas de destruição em massa, o que Pyongyang considera uma violação dos termos do armistício que assinou em 1953 com China e EUA, este último como representante do Exército sob a bandeira das Nações Unidas.

As duas Coreias seguem tecnicamente em guerra, pois nunca assinaram um tratado de paz, e agora vivem a pior escalada de tensão em décadas, iniciada pelo anúncio de Pyongyang de que realizou "com sucesso" seu segundo teste nuclear nesta segunda-feira, seguido do lançamento de seis mísseis em três dias e a ameaça de um conflito caso seus navios sejam interceptados.

Alerta

Em resposta às ameaças norte-coreanas, as autoridades militares da Coreia do Sul e dos EUA aumentaram nesta quarta-feira seu nível de alerta, informou a Yonhap.

Pela primeira vez desde o primeiro teste nuclear norte-coreano, de 2006, as Forças Armadas dos dois países aumentaram o nível de alerta "Watchcon" ao grau dois de um total de quatro, quando normalmente se mantém no nível três. A contagem é feita de forma decrescente.

""Watchcon" 2 foi decretado às 7h15", afirmou o porta-voz das forças militares da Coreia do Sul, citado pelo jornal "The Korea Times". "Uma vez que o nível é aumentado, o número de agentes de inteligência e vigilância será elevado para um alerta maior sobre movimentos suspeitos na Coreia do Norte."

O nível de alerta das Forças de Defesa da coreia do Sul, Defcon, continua no nível quatro --seu nível "normal".

O alerta "Watchcon", normalmente elevado em acordo entre Coreia do Sul e EUA, tem quatro estágios. O "Watchcon" 4 é usado em tempos de paz, 3 para indicações de ameaça à segurança, 2 para indicações vitais de ameaça e 1 para situação de guerra.

Em situações normais, o nível de alerta na região é mantido em três.

O porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano, Won Tae-jae, disse que Coreia do Sul e EUA reforçarão as atividades de espionagem e as operações de reconhecimento sobre a Coreia do Norte.

"Vamos manter uma sólida posição defensiva para prevenir provocações militares do Norte', disse Won. 'Os militares vão se opor firmemente às provocações", disse.

Este é a quarta vez, desde 1982, que o alerta entre as forças americanas e sul-coreanas é elevado ao nível 2, destacou Won.

A Coreia do Sul impôs o nível dois de alerta quando a Coreia do Norte realizou seu primeiro teste nuclear, em outubro de 2006, e também quando aconteceram enfrentamentos armados no mar Ocidental (mar Amarelo) em 1999.

O aumento do nível de alerta acontece depois de o regime comunista norte-coreano realizar nesta segunda-feira seu segundo teste nuclear, além de lançar vários mísseis de curto alcance até a terça-feira.

A península coreana é uma das regiões mais militarizadas do mundo, com um milhão de soldados da Coreia do Norte, 655 mil da Coreia do Sul e 28.500 militares americanos em território sul-coreano, como poder dissuasório contra um eventual ataque norte-coreano.

Com agências internacionais

Folha Online

Maioria dos professores dá aula em 1 escola, diz censo


Professores que ganham mal, correm de uma escola para outra e atendem várias turmas o dia todo fazem parte de uma imagem recorrente das agruras do ensino básico brasileiro. No entanto, o primeiro censo completo do professor, que será apresentado hoje pelo Ministério da Educação, revela uma situação diferente. De acordo com o estudo, 80,9% dos docentes brasileiros trabalham em apenas uma escola, mais de 60% lecionam em um turno e quase 40% são responsáveis por somente uma turma.
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No total são pouco mais de 1,882 milhão de professores no ensino básico (que vai da creche ao médio), dos quais 309 mil são de escolas particulares. O levantamento é o primeiro feito depois que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) implantou o EducaCenso - sistema que torna possível ao MEC ter os dados de cada docente, onde ele trabalha. "Existia aquela ideia de que havia um contingente enorme de professores com um, dois, três vínculos empregatícios, o que não é verdade", diz o ministro da Educação, Fernando Haddad. Apenas 3,2% dos docentes trabalham em três escolas ou mais.

Dependendo do nível de ensino, o número de professores sem formação adequada varia de 10% a quase 30%. A maioria tem algum tipo de formação, mas ela não é própria para o que está ensinando. Pelos dados do censo, quase 70% dos professores da educação básica têm curso superior, 90% deles com licenciatura. Nos anos finais do ensino fundamental, quase 80% têm curso superior, 73,4% com licenciatura. No ensino médio, esse índice sobe para 93,4% de graduados, 87% com licenciatura. São justamente esses níveis de ensino que apresentam a pior qualidade nas avaliações nacionais, como a Prova Brasil.

A explicação, diz o ministro da Educação, é um misto de formação ruim e o mau trabalho feito até a 4ª série. "Esse professor enfrenta um desafio que ele não deveria estar enfrentando, que é a qualidade da formação dos anos iniciais. Ele já entra em sala de aula em situação mais difícil. Esse aluno não está preparado com as competências para se apropriar dos conteúdos da etapa seguinte", diz Haddad. Para a presidente do sindicato dos professores do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, o censo não retrata totalmente as situação do ensino, isso porque não é possível fazer o recorte das grandes cidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

National Geographic


Calma excessiva do Sol pode indicar

nova era glacial




O Sol tinha um aspecto liso em Março de 2009 e assim permanece hoje.

Uma parada prolongada na atividade solar levou os astrofísicos a dedicar atenção especial aos seus telescópios para determinar o que o Sol fará a seguir - e de que maneira o clima da Terra pode responder.

O Sol vem apresentando seu menor nível de atividade em décadas e sua menor luminosidade em 100 anos. A pausa solar faz com que alguns cientistas tomem como paralelo a Pequena Era Glacial, um período de frio incomum na Europa e na América do Norte que se estendeu de 1300 a 1850.

O período mais frio da Pequena Era Glacial, entre 1645 e 1715, está conectado a uma profunda queda nas tempestades solares conhecida como "Mínimo de Maunder". Durante aquele período, o acesso à Groenlândia esteve em larga medida bloqueado pelo gelo, e os canais holandeses costumavam se congelar completamente. As geleiras nos Alpes engoliam aldeias inteiras, e o gelo no mar se adensou a tal ponto que não existia mar aberto em torno da Islândia em 1695.

Mas os pesquisadores estão em guarda contra a possibilidade de que suas preocupações sobre uma nova era fria sejam mal interpretadas.

"Os céticos quanto ao aquecimento global tendem a se precipitar", disse Mike Lockwood, um físico especialista nos efeitos do Sol sobre a Terra, da Universidade de Southampton, no Reino Unido. Ele e outros pesquisadores decidiram, portanto, conduzir uma "negação preventiva" quanto a um mínimo solar que levaria a um resfriamento global.

Mesmo que a atual pausa solar seja o início de um período prolongado de baixa atividade, dizem os cientistas, os efeitos da estrela sobre o clima empalidecerão em contraste com a influência dos gases gerados por atividade humana e causadores do efeito-estufa.

"Acredito que seja preciso ter em mente que o dióxido de carbono está em nível entre 50% e 60% superior ao normal, enquanto o declínio na atividade solar é da ordem de menos de 1%", disse Lockwood. "Creio que isso deva ajudar a manter as coisas em perspectiva".

Mesmo assim, acrescentou, pequenas variações no brilho do sol são mais poderosas do que as mudanças na contribuição do efeito-estufa. Por exemplo, uma variação de 50% no brilho do Sol poderia representar a extinção da vida na Terra.

Há centenas de anos os cientistas vêm registrando o número observável de manchas solares como maneira de acompanhar os ciclos de atividade solar, cuja duração média é de 11 anos. As manchas solares, que podem ser visíveis sem telescópio, são regiões escuras que indicam intensa atividade magnética na superfície do Sol Tempestades solares como essas enviam ondas de partículas dotadas de carga elétrica, capazes de prejudicar satélites e até mesmo derrubar redes elétricas.

No atual ciclo, 2008 deveria ter sido o ponto mais baixo, e este ano as manchas celulares deveriam ter começado a mostrar avanços. Mas nos primeiros 90 dias de 2009, 78 não apresentaram manchas solares. Os pesquisadores também disseram que o brilho do sol é o menos intenso dos últimos 100 anos.

O Mínimo de Maunder correspondeu a uma profunda parada nas atividades das manchas solares - os astrônomos da era registraram apenas 50 delas em um período de 30 anos. Caso o Sol entre em depressão semelhante, pelo menos um modelo preliminar sugeriu que pontos frios poderiam surgir em diversos locais da Europa, Estados Unidos e Sibéria.

No evento anterior, porém, muitas partes do mundo passaram sem efeitos, disse Jeffrey Hall, astrônomo e diretor associado do Observatório Lowell, em Flagstaff, Arizona. "Até mesmo um mínimo intenso como aquele não exerceu atividade mundial", ele disse.

Incógnitas e incertezas
As mudanças na atividade solar podem afetar a Terra de outras maneiras, além disso. Por exemplo, a radiação ultravioleta emitida pelo Sol não está se reduzindo da mesma maneira que nos mínimos visuais do passado.

"A luz visível não varia tanto assim, mas a ultravioleta vaia em 20%, e os raios-X podem variar por um de 10", disse Hall. "O que não compreendemos tão nem é o impacto dessa irradiação espectral diferenciada".

A radiação solar ultravioleta, por exemplo, afeta mais as camadas superiores da atmosfera terrestre, onde os efeitos são menos perceptíveis para os seres humanos. Mas alguns pesquisadores suspeitam que esses efeitos possam influenciar camadas mais baixas, que têm papel na formação do clima. Em termos gerais, as pesquisas mais recentes vêm definindo uma situação sob a qual o Sol tem influência ligeiramente superior à prevista por teorias do passado, no que tange ao clima terrestre.

Incógnitas atmosféricas como a radiação ultravioleta podem ser parte da explicação, segundo Lockwood. Enquanto isso, ele e outros especialistas acautelam contra contar com pausas solares futuras como forma de mitigar o aquecimento global.

"Existem muitas incertezas", disse José Abreu, estudante de doutorado no Eawag, o instituto de estudos do clima do governo suíço. ¿Não sabemos até que ponto o clima é sensível às alterações na intensidade do Sol. Em minha opinião, melhor não brincar com aquilo que desconhecemos".


Tradução: Paulo Migliacci ME






The New York Times


Concreto é mais ecológico

que madeira nas ferrovias


Viajantes observadores podem notar que, em algumas ferrovias, os tradicionais dormentes de madeira estão sendo substituídos por outros feitos em concreto reforçado. Dormentes de concreto podem ser mais fortes e duráveis do que os de madeira, mas são mais ambientalmente corretos?

A produção do concreto, particularmente a manufatura do cimento usado no mesmo, resulta em emissões significativas do gás do efeito estufa, o dióxido de carbono. Mas também há emissões de CO2 relacionadas à produção e ao uso de dormentes de madeira.

Um estudo australiano no periódico Environmental Science and Technology descobriu que, num intervalo de 100 anos, o custo em dióxido de carbono do dormente de concreto é menor do que o de madeira.

Robert H. Crawford, da Universidade de Melbourne, calculou as emissões de CO2 da produção dos dois tipos de dormente (incluindo, por exemplo, emissões da mineração de matérias-primas para o concreto e da queima ou deterioração da madeira), seu transporte e sua instalação. Ele também levou em conta a decomposição dos dormentes de madeira que eram substituídos no ciclo de 100 anos.

Ele desenvolveu oito situações que diferiam na vida projetada dos dormentes (20 ou 30 anos para madeira; 30 ou 50 anos para concreto) e, para os dormentes de madeira, se o prego de aço que mantinha os trilhos era reutilizado quando os dormentes eram substituídos.

Embora reconhecendo que os resultados possam variar dependendo de fatores como localização da serraria e da fábrica de concreto e o reuso de dormentes antigos para outros propósitos, o estudo concluiu que, no ciclo de 100 anos, as emissões de CO2 associadas aos dormentes de concreto eram de duas a seis vezes menores que as dos de madeira.

Tradução: Amy Traduções



Desmatamento na África é 4 vezes a

média mundial, dizem ONGs



As florestas da África estão desaparecendo a um ritmo quatro vezes maior do que a média mundial, de acordo com um relatório de uma coalizão de ONGs, a Rights and Resources Initiative (RRI). O relatório, intitulado "Tropical Forest Tenure Assessment: Trends, Challenges and Opportunities", diz que mudanças no regime de propriedade poderiam ajudar a interromper o desmatamento, tornar mais lentas as mudanças climáticas e aliviar a pobreza.

Menos de 2% das florestas da África estão sob controle de comunidades, em comparação a cerca de 30% na América Latina e Ásia, disse a organização, que trabalha para aumentar o controle comunitário sobre florestas em várias partes do mundo. O estudo foi apresentado na capital de Camarões, Iaundê, durante uma conferência de representantes de comunidades de florestas da África, América Latina e Ásia.

Progresso lento
Os autores compararam a distribuição das terras em 39 países tropicais onde estão situados 96% das florestas tropicais do planeta. Eles verificaram que cidadãos africanos têm muito menos controle sobre as florestas que habitam do que os povos de outras regiões tropicais.

Vários países africanos introduziram ou fizeram emendas em leis para fortalecer os direitos das comunidades sobre a terra - entre eles Angola, Camarões, República Democrática do Congo, Gâmbia, Moçambique, Níger, Sudão e Tanzânia. Entretanto, o relatório pede que essas nações "acelerem o processo".

"Apenas reconhecer os direitos locais sobre a terra não resolve todos os problemas", disse Andy White, coordenador da RRI. "Os governos precisam em seguida apoiar o gerenciamento local e empresas." "Há alguns países que reconheceram direitos locais sobre a terra, mas o governo ainda controla a floresta e dá concessões a madeireiras - levando a mais degradação e corrupção."

O desmatamento para fins agrícolas e a atividade das madeireiras são responsáveis por um terço das emissões de carbono de alguns desses países.

Camarões
Pagamentos pela redução do desmatamento seriam uma fonte potencial de renda nas áreas florestais. Mas os autores argumentam que, sem uma reforma no regime de propriedade, esses possíveis benefícios vão continuar inatingíveis.

Camarões, em particular, negociou um pacto bilateral, conhecido como Acordo de Parceria Voluntário (VPA, na sigla em inglês), com a União Europeia. O acordo vai ajudar a garantir que produtos em madeira exportados de Camarões para a União Europeia não contenham madeira extraída de forma ilegal e tenham origem em florestas gerenciadas que beneficiem comunidade locais.


BBC Brasil - BBC BRASIL.com

terça-feira, 26 de maio de 2009

AGENDA CULTURAL - CCSP

Centro cultural São Paulo
EXPOSIÇÃO
entrada franca
até 31/5 - Fredi Kleemann


Exposição de fotografias feitas por Fredi Kleemann, que registrou o Teatro Brasileiro de Comédia durante as décadas de 1950 e 1960.
Terça a sexta, das 10h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Piso Flávio de Carvalho

CINEMA
produção: A.S.C. Audiovisual
Edital Primeiras Obras da Prefeitura Municipal de São Paulo
Entrada franca
(retirar ingressos com uma hora antes de cada sessão)
Sala Lima Barreto (100 lugares)
Site oficial
http://www.cinevivo.com.br/ias 16, 24 e 30/5
14h Fluidos

(Formato: Cinema Vivo, 70min, ao vivo)
concepção e direção geral: Alexandre Carvalho - direção de núcleo: Rodrigo Ribeiro - elenco: Amanda Banffy, Gus Stevaux, Laerte Késsimos, Silvia Pessegueiro, Tania Granussi e Tatiana Eivazian

O cotidiano do entorno do Centro Cultural a partir da história de três relacionamentos que têm em comum a dependência pela imagem sintética e a instabilidade de um presente fugaz. Um casal torna-se escravo de seus próprios fetiches, uma mulher encontra o marido apenas pela internet e um garoto expõe sua vida num programa de televisão sensacionalista. A proposta do Cinema Vivo é a da estrutura exposta, cinema explícito. Primeira experiência cinematográfica no formato Cinema Vivo.


Entrada franca
(retirar ingressos com uma hora antes de cada sessão)
Idade recomendada: 16 anos
Sala Lima Barreto (100 lugares)
apoio: Cinemateca Brasileira, CEMIS - Museu da Imagem e Som, SP Filmes de São Paulo, CEDOC - Rede Globo, TV CULTURA - Centro de Documentação, Cinematográfica Superfilmes, ECA - Escola de Comunicação e Artes Palmares Arte Cinema e Vídeo, LCBarreto e Casablanca - agradecimentos: Ugo Giorgetti, Maracy Mello, José Roberto Torero, Lauro Escorel Filho, Eduardo Escorel, Carmelita Rodrigues, Paulo Betti, Zita Carvalhosa, Maria Alice Fontes, Luis Erlanger, Diana Azeredo, Ângelo Daniel, Joel Yamaji, Teder Muniz Morás, Malu Oliveira, Patrícia Lira, Patrick Siaretta e Márcia Ribeiro
Este evento-homenagem apresenta o trabalho do ator Renato Consorte, dono de longa carreira de mais de 50 anos, que transitou pelo cinema, teatro e televisão. Renato Consorte faleceu no dia 26 de fevereiro deste ano.

MÙSICA
dia 28/5 - quinta
19h São Paulo em Retalhos


Projeto Um batuque memorável no samba paulista
O encontro entre a nova e a velha geração do samba paulista capitaneado pelo compositor e pesquisador Júnior do Peruche.
Entrada franca (retirar ingressos com duas horas de antecedência) - Sala Adoniran Barbosa (631 lugares)


dia 29/5 - sexta
Show ao meio-dia no CCSP
Reunião de nomes expressivos da música popular e instrumental, em apresentações concebidas especialmente para esta série.
12h30 Bocato


Um dos mais respeitados trombonistas do Brasil apresenta sua contagiante soul music com sotaque brasileiro.
Entrada franca (não há necessidade de retirar ingressos) - Sala Adoniran Barbosa (631 lugares)


dias 29 e 30/5 - sexta e sábado
19h Lula Barbosa


Repensando a Abolição vol. 1 apresenta: de Mira Ira a Imyra Tayra Ipy com a Tribo Mira Ira - Lula Barbosa, Míriam Miràh e Mário Lúcio e elenco. Roteiro e direção de Celso Prudente.
R$15,00 (a bilheteria será aberta com duas horas de antecedência)
Sala Adoniran Barbosa (631 lugares)
Como Chegar no Centro Cultural São Paulo

O acesso pelo metrô é a maneira mais fácil de chegar ao Centro Cultural São Paulo. Estamos localizados junto à estação Vergueiro, linha azul (norte-sul). Nosso endereço é Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso - CEP 01504-000 - São Paulo - SP



Maiores informações acesse o site: http://www.centrocultural.sp.gov.br

domingo, 24 de maio de 2009

TRABALHO DE CAMPO CUBATÃO – SANTOS
-->- SP

2º. SEMESTRE















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Professores responsáveis: Leandro Gaffo e Fabiana Souza Ferreira

quinta-feira, 21 de maio de 2009

DOS PROCESSOS NATURALMENTE HUMANOS



*Leandro Gaffo

Em Setembro de 2004 , realizamos, eu e o Professor Mariano Caccia Gouveia, meu colega de departamento e amigo, um trabalho de campo para o Parque Estadual da Serra do Mar no Núcleo Picinguaba em Ubatuba, onde ficamos com nossos alunos do primeiro ano do curso de Geografia da Fundação Santo André. O objetivo era fazer uma análise do meio físico e da história do parque e sua relação com a população lá residente e que foi removida dali quando de sua instalação. Como já realizávamos esse roteiro há alguns anos, parecia em certos momentos que nada de novo poderia advir dele. No entanto, no domingo pela manhã, quando realizávamos uma já tradicional aula de campo junto à foz do Riacho da Paciência, na Praia da Fazenda, pude prestar mais atenção em uma das falas sobre biogeografia feita pelo professor Mariano e que os alunos atentos, buscavam acompanhar.

Em frente a um matacão granítico de cerca de dois metros de diâmetro, ele discorria sobre os processos de ocupação feita por plantas e pequenos animais sobre aquele bloco rochoso. Dizia ele: “O ambiente oferecido pela rocha à instalação da vida é altamente seletivo, já que a insolação direta, as altas temperaturas, a elevada salinidade e a quase inexistência de matéria orgânica inviabiliza a ocupação por parte de organismos complexos e mais exigentes. Por isto, há uma sucessão ecológica característica desse tipo de ambiente, sendo que os primeiros organismos a se instalarem são os liquens e fungos que, sendo menos exigentes e mais adaptados às dificuldades do local, criam condições para que outros seres mais complexos colonizem aquela área, já que fornecerão matéria orgânica e uma maior retenção de umidade. Quando isto ocorre, estes novos seres (briófitas e pteridófitas) começam a formar sombra, o que acaba por expulsar os antigos moradores (liquens e fungos) que vão deslocar-se para áreas mais remotas onde as condições são iguais àquelas anteriores. Por sua vez, as briófitas e pteridófitas vão desenvolver condições ainda mais favoráveis à instalação de outros vegetais superiores (com sistema vascular) e estes, quando para aí vão, expulsam também os antigos inquilinos.”

Quando ouvi esta fala pus-me a pensar sobre o processo natural de sucessão ecológica envolvido naquele exemplo tão didático.

Lembrei-me, então, de minha área de estudo durante o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade de São Paulo quando estudei o processo de ocupação da Cratera de Impacto de Colônia em Parelheiros São Paulo. Foi inevitável estabelecer relações e comparações entre os dois processos.

A população que hoje ocupa uma borda da cratera, aí se localiza, pois há alguns anos eram favelados na região do Grajaú e formaram uma associação de moradores, poupando dinheiro para comprar uma gleba de terra onde pudessem se instalar. No entanto, não havia naquele momento uma área desse tipo. Todas as áreas próximas a São Paulo já haviam se tornado área de proteção de mananciais, e aquelas dentro do centro urbano com condições menos precárias tinham preços muito elevados ou já estavam destinadas às indústrias ou à especulação imobiliária. Sendo assim, o grupo decidiu comprar a área da cratera, mesmo sabendo que, embora a compra fosse legal, pois é feita no nome da associação de moradores, o parcelamento seria ilegal já que pela lei de mananciais, não poderia ocorrer com lotes menores que 500 metros quadrados.

Isto ocorreu nos anos 80 e hoje, após reivindicarem e construírem escolas, acesso de ônibus, posto médico, policiamento, ou seja, após se tornarem efetivamente cidadãos reconhecidos como tal pela cidade, assistem a um processo de ocupação da própria área que ocuparam com tanto esforço, por uma população de renda mais alta, já que devem, agora, pagar impostos, água, luz etc. o que, para muitos, inviabiliza sua permanência aí. Os que saem, têm de procurar uma outra área com condições tão precárias quanto aquelas encontradas inicialmente na cratera.

Isto poderia ser considerado um caso ao acaso, não fossem os dados que apontam que esse processo é extremamente freqüente não apenas em São Paulo, mas nas grandes cidades brasileiras e do mundo como aponta o professor Milton Santos. Segundo ele, as cidades crescem mediante esse processo que atende às necessidades do capital especulativo, incorporando e reservando áreas vazias dentro do centro urbano a partir do esforço das populações menos exigentes que se deslocam para áreas mais remotas e são, com o tempo, substituídas por populações de um poder aquisitivo superior.

Quando me dei conta destas semelhanças, não pude evitar comentá-las com os alunos que participaram da discussão que se seguiu, e que permanece ainda hoje em minhas aulas, sobre as relações possíveis entre os processos naturais e sociais. Para o professor Milton Santos, não há mais paisagens naturais posto que toda a natureza foi apropriada pelo homem, pois ainda que ele não tenha efetivamente estado em algum lugar dito natural, suas intenções estiveram.

A discussão sobre o que é natural e o que é artificial é muito antiga e não é intenção desse trabalho esgotar o assunto, no entanto, diante das semelhanças na questão dos processos que apontei no exemplo acima, não posso deixar de pensar que esse limite entre homem e natureza não pode ser tão facilmente traçado.

Se buscássemos realizar um histórico da noção de natureza através dos tempos, veríamos que ela não foi sempre a mesma, sendo, aliás, uma questão de relevância apenas para o mundo ocidental já que ela nasce com a filosofia no mundo grego antigo, quando, pela primeira vez, o homem formula a noção de physis (natura em latim) que demonstra uma preocupação com a necessidade de entender do que o mundo é feito e não mais com sua origem. Nasce assim também a ciência que será, desde então, o método e o instrumento de investigação do mundo físico (ou natural) . Porém, nesse momento não havia uma cisão clara entre homem e natureza, isto foi sendo construído ao longo do tempo. Aristóteles faz um esforço nesse sentido quando confere “almas” diferentes aos seres vivos (vegetais, animais e o homem) , onde o homem contaria com uma alma dotada daquelas conferidas aos animais e vegetais e ainda acrescida de racionalidade, de onde vem a idéia ainda hoje corrente de que somente o homem é dotado de razão. Na idade média esta questão perde importância, na medida em que o pensamento se volta para a investigação sobre a origem do mundo a partir de um paradigma judaico-cristão. É somente no renascimento que o assunto volta a fazer parte das preocupações científicas com uma redescoberta do conceito de natureza e de história. Nicolau Copérnico, Pietro Pomponazzi, Giovani Pico, Paracelso, Cornélius Agrippa, Giordano Bruno, Galileu Galilei, são alguns dos que se dedicaram a esse processo de transformação no modo de ver o mundo e que marca também um renascimento da razão. Segundo Cassirer, foi tomando consciência de si mesma que a razão pode conduzir o desenvolvimento da ciência moderna, criando uma visão de mundo a partir do reconhecimento dos limites de si mesma. Ainda Segundo Cassirer, pouco depois, René Descartes dá o primeiro passo na direção da autonomia e da autarquia da razão quando separa corpo e alma em substâncias diferentes, enquanto Immanuel Kant, já no século XVIII, é o final do processo, eliminando a necessidade de substancializar a razão. Para esse autor, o conceito de natureza vai se moldando a partir do que era a ciência natural renascentista (Astrologia, Alquimia, Magia), ou seja, fundamentalmente superstição (para os opositores modernos), mas onde ainda convergiam pensamento e extensão (ao contrário do pensamento cartesiano). Além disto, a modernidade elegeu a causa eficiente (a mais próxima da existência do fenômeno) como critério único da ciência, já que recorrer às causas finais seria retornar ao organicismo. Assim começa a distinção entre o que pode ou não ser considerado ciência. Givani Pico, por exemplo, afirmava que a astrologia não era um conhecimento confiável, pois se vale de uma causa oculta (final) que não é possível conhecer. Os efeitos dos astros só podem ser conhecidos da terra por suas causas eficientes (luz e calor). Ele também propõe um novo conceito de homem que participa e se distancia do cosmo. O homem não tem uma essência determinada, pois possui a essência de todas as outras criaturas, ou seja, pode ser qualquer elemento da natureza, transforma-se no ser mais baixo como um verme ou eleva-se até os anjos, ele não é mais parte do universo, se afasta do mundo e assim encontra sua “verdadeira natureza”, objetivando o mundo.

Portanto, podemos ver que esse distanciamento entre homem e natureza trata-se de uma construção da razão, necessária a sua autonomia e constituição, ou seja, nem sempre se considerou a natureza como ela é vista a partir da modernidade e mesmo durante esse período, houve vozes contrárias a essa visão. Baruch de Espinosa, por exemplo, ao equivaler os conceitos de natureza e Deus como sendo manifestações da mesma substância, provoca uma reviravolta nessa independência da razão humana. O homem espinosano é feito da mesma substância de Deus, ou seja, ele é Deus e é natureza, devendo desenvolver, sim, sua autodeterminação, mas que não envolve uma separação da natureza, ao contrário, seria a realização plena dela, como um desdobramento natural (semelhante ao atual conceito de evolução).

A revolução científica do século XVII pode ser interpretada como a substituição de imagens de natureza e de ciência da Antiguidade, assimiladas, transformadas e transmitidas pelo período medieval, por novas imagens. Tais imagens são designadas por Paulo Abrantes como mecanicismo e dinamismo. Na primeira, os conceitos são novos e oriundos do esforço moderno de matematizar e geometrizar o mundo e interpretá-lo a partir de símbolos e abstrações, já na segunda são conceitos herdados da Antiguidade para o mundo Moderno através do Medioevo e do Renascimento, como o de substância que Leibniz recupera do pensamento escolástico, corrigindo os exageros de críticas impostas pelo mecanicismo.

O conceito Moderno de Natureza adveio da distinção entre cosmologia – representações mais totalizantes, que buscam leis gerais e princípios universais com um caráter atemporal – e história natural – que busca aspectos singulares, narrativas do que são as coisas da natureza e tem uma relação fundamental com o tempo.

Assim como a idéia de cosmo como um grande organismo vivo esteve presente em todos os períodos da história grega e qualquer tendência divergente, tal como a teoria atômica não firmou-se como paradigma, na modernidade o modelo mecanicista obteve mais sucesso que o organicista, apesar deste reaparecer na segunda metade do século XVIII como crítica àquele.

O próprio conceito de natureza para a Grécia Antiga, trazia em si uma relação profunda entre movimento ordenado, alma, razão e vida.

A “natureza”, princípio do desenvolvimento de um ser é, com efeito, uma noção de origem vitalista e animista. Nesse sentido, a palavra latina natura liga-se à raiz nasci (nascer) e significa em primeiro lugar: acção de fazer nascer, crescimento, sendo a “natureza” de um ser um sentido derivado e figurado deste primeiro sentido. Aliás encontramos uma origem muito semelhante em grego ǿνσς de ǿνέІν (physis), engendrar. Lembremo-nos também de que a Natureza, conjunto das coisas, não passa de uma extensão ao todo desta explicação vitalista da produção dos indivíduos – daí a idéia comum na Antiguidade de que a Natureza é uma imensa coisa viva e um ser inteligente.

O cosmo organicista foi constituído a partir de estruturas e processos particulares e locais a uma estrutura e um processo global. Havia um animismo presente nessa organicidade.

Estas considerações talvez possam tornar mais claro o sentido da exploração que Cassirer realiza em seu estudo da redescoberta dessa imagem organicista de natureza no Renascimento. Elas permitem mostrar que a fecundidade heurística da visão orgânica para a solução racional de problemas centrais da filosofia – o vivente como grande paradigma – não foi apenas um recurso primitivo posteriormente substituído por outras imagens mais aptas a incorporar formas cognitivamente mais poderosas de racionalidade, aquelas que conduziram às teorias científicas atuais, a saber, a imagem mecanicista. Tal visão produziu efetivamente uma forma de ciência possível no interior de estratégias distintas daquelas que os modernos viriam a escolher para desenvolver a ciência matemática da natureza.

A dificuldade que temos em conceber atualmente uma imagem de cosmo orgânico é resultado de uma oposição entre orgânico-vivo-animado e inorgânico-bruto-inanimado que nasce no bojo da noção de natureza e de ciência moderna, talvez derivada do dualismo mecanicismo-vitalismo que se desenvolveu, sobretudo, nos séculos XVIII e XIX.

O cosmo pode ser considerado como um organismo tanto estruturalmente como funcionalmente. Estruturalmente ele poderá ter a figura de um organismo, havendo a identificação entre os órgãos e as partes do mundo. Mas a morfologia interna pode ser tomada não apenas em relação a órgãos definidos, mas também em seu caráter integrativo das partes entre si e em relação ao todo. Assim, transferimos a analogia das estruturas aos processos, da morfologia à função fisiológica – como na “respiração” e na “nutrição” do mundo, nos fluxos de elementos, nos ciclos sazonais, que mantém sua harmonia, integridade e estabilidade dinâmica.

Portanto, recuperando a noção de organicidade da natureza, talvez não seja um absurdo analisar os processos sociais e compará-los aos processos do restante da natureza. Em outras palavras, talvez a discussão sobre o homem e seus processos serem ou não naturais e sobre a existência ou não de uma natureza propriamente humana, não sejam tão emergenciais quanto a revisão de paradigmas perspectivas de análise.



*PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO

Disciplina: Grandes Temas da Religião: Natureza Humana

Prof. Dr. Eduardo Rodrigues da Cruz

Aluno: Leandro Gaffo

Nível: Doutorado