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domingo, 28 de fevereiro de 2010


Falhas geológicas brasileiras - onde estão localizadas?

Placas Tectônicas


Os terremotos de grande intensidade ocorrem ao longo da região onde duas ou mais placas tectônicas se encontram. Ali, as rochas comportam-se como corpos elásticos, onde se deformam e acumulam muita energia proveniente da pressão e do stresse provocado pelo movimento entre as placas. A tensão é tanta que em um dado momento ocorre uma ruptura da região e toda a energia acumulada é liberada de uma única vez ou em eventos sucessivos. Isso é um terremoto.


O globo terrestre é formado por doze placas principais e diversas placas secundárias. O Brasil se localiza no centro da placa sul-americana, um local geologicamente estável, mas nem por isso livre de abalos, como pode pensar a maioria das pessoas.

Compilado por Allaoua Saadi (IGC/ UFMG), para ILPII Project "World map of major Active Faults" e revisto por BEZERRA, F.H.R. (DEGEO/UFRN), sob coordenação de MACHETTE, M.N. (USGS).


Falhas geológicas

"Toda placa é recortada por vários pequenos blocos, de várias dimensões. Esses recortes, ou falhas, funcionam como uma ferida que não cicatriza: apesar de serem antigos, podem se abrir a qualquer momento para liberar energia. Se você tem um bloco recortado e o comprime de um lado e de outro, ele rompe onde já existe a fratura”.

O maior número de falhas se concentra nas Regiões Sudeste e Nordeste, seguidas pela Região Norte e Centro-Oeste. A Região Sul é a que apresenta o menor número de falhas.


sábado, 27 de fevereiro de 2010


Saiba mais sobre sobre terremotos e magnitudes



A magnitude mede a potência de um terremoto pela energia que ele libera em seu epicentro e é determinada pelas leituras dos sismógrafos।
Muitos sismólogos utilizam atualmente o termo "magnitude do momento" para terremotos de média e alta potência. A escala é calculada de maneira diferente da antiga escala Richter, mas os valores são comparáveis
A escala é logarítmica. Cada ponto numérico corresponde à liberação de 31 vezes mais energia que a quantidade associada com o valor precedente. Assim, um terremoto de magnitude 7,0 libera cerca de 900 vezes mais energia que um de magnitude 5,0
Um tremor de magnitude 2,0 é normalmente conhecido como o mais baixo perceptível pelas pessoas
O maior terremoto já registrado no Chile ocorreu em 22 de maio de 1960. A magnitude do tremor foi de 9,5. Um tsunami, gerado pelo abalo, atravessou o Oceano Pacífico e deixou dezenas de mortos no Havaí, Japão e outros lugares
O terremoto de 2004 que gerou um tsunami no Oceano Índico teve magnitude 9,15. Já o que devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe, em 12 de janeiro, tinha magnitude 7,0
O Japão também utiliza uma outra escala de intensidade sísmica, que vai de 1 a 7, mede a força do abalo e normalmente é mais forte à medida que se aproxima do epicentro de um terremoto
Em um tremor de magnitude 1,0 na escala do Japão, apenas as pessoas em edifícios podem sentir. No 7,0, é impossível mover-se voluntariamente e os móveis se agitam com violência
O epicentro é o local na superfície da Terra verticalmente sobre o foco; o hipocentro, o ponto dentro da Terra onde é gerado o terremoto

Fonte: Serviço Geológico dos Estados Unidos (www।usgs.gov)





Forte terremoto atinge o Chile; 85 morreram, diz governo

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

Atualizada às 13h12

Um terremoto de magnitude 8,8 atingiu o centro-sul do Chile na madrugada deste sábado (27), o maior tremor no país em 25 anos. Pelo menos 85 pessoas morreram, segundo a presidente chilena, Michelle Bachelet. No entanto, informações não oficiais indicam pelo menos 122 mortes. "Quero compartilhar a dor dos familiares das mais de 122 pessoas que perderam a vida neste terremoto... É provável que este número aumente. Temos também muitos feridos", disse o presidente eleito Sebastian Piñera para jornalistas. Foi decretado estado de catástrofe no país.

De acordo com o United States Geological Service (USGS, por sua sigla em Inglês), o terremoto teve seu epicentro a 35 quilômetros de profundidade, na região de Bio Bio, a cerca de 320 quilômetros ao sul da capital chilena, Santiago, e a 91 quilômetros ao norte de Concepción.

Pelo menos 13 réplicas de magnitudes entre 6,9 e 5,2 graus na escala Richter ocorreram nas horas posteriores ao primeiro tremor, registrado às 3h26 no horário local, segundo o Escritório Nacional de Emergência (ONEMI) do Chile.

"Quero pedir calma", disse a presidente chilena, Michelle Bachelet, ao convocar uma reunião de emergência para discutir as medidas após o tremor. "Foi de fato um grande terremoto, mas as instituições estão funcionando. Em breve poderemos ter informação visual sobre o que aconteceu", disse.

O maior terremoto a atingir o Chile no século 20 foi um tremor de magnitude 9,5, que atingiu a cidade de Valdívia em 1960, deixando 1.655 mortos.

O aeroporto internacional de Santiago foi fechado por ao menos 24 horas e todos os voos foram cancelados até novo aviso, segundo relatos de funcionários de companhias aéreas. Os voos, quase todos de longa distância e na maioria procedentes de cidades dos Estados Unidos e Europa, estavam sendo desviados para aeroportos na Argentina, principalmente para a cidade de Mendoza. As companhias aéreas brasileiras TAM e Gol anunciaram o cancelamento de seus voos procedentes de ou com destino a Santiago.

O Chile também está problemas de comunicação, com linhas telefônicas sem funcionar. Várias pontes ficaram danificadas, segundo o subsecretário do Interior, Patrício Rosende.

Os danos materiais também estão sendo avaliados pelo governo। Na região de Araucanía, onde houve vítimas, foram relatados danos a hospitais e redes de infraestrutura básica, como água, gás e eletricidade.

Para o sismólogo britânico Roger Musson, o terremoto deste sábado foi "gigantesco". "Qualquer movimento acima de 8 graus é um grande terremoto", precisou o especialista. Segundo o chefe do observatório sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Jorge Sands, o tremor pode ter um impacto violento em desastres humanos e um alerta de tsunami foi emitido para as zonas costeiras do Chile, Equador e Peru, e depois estendido para a Colômbia, Panamá, Costa Rica, Antártida, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, as ilhas Pitcairn e a Polinésia Francesa.

Há relatos de que um tsunami tenha atingido a ilha de Juan Fernandez. Áreas da Ilha de Páscoa (que fica a 3.500 km da costa do Chile no Oceano Pacífico) estão sendo evacuadas pela Marinha chilena, devido ao risco de formação de ondas gigantes após o terremoto.

O tremor também poderá causar danos em todas as ilhas do Havaí, afirmou o Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico. "É preciso tomar medidas urgentes para proteger a vida e a propriedade", disse o Centro em um comunicado. "Todas as costas correm perigo, sem importar a direção que estão", acrescentou. Estima-se que a primeira onda do tsunami chegará ao Havaí às 11h19 (18h19 no horário de Brasília).

'Interminável'

De acordo com a correspondente da BBC no Cone Sul Valeria Perasso, na região de Araucanía, onde houve vítimas, foram relatados danos a hospitais e redes de infraestrutura básica, como água, gás e electricidade.

Moradores das zonas atingidas pelo terremoto descreveram o tremor como "interminável", e o estado de choque foi sentido nas ruas, em meio a casas destruídas.

Entretanto, lembrou a jornalista, ainda é cedo para fazer uma avaliação dos prejuízos.

Segundo o USGS, os efeitos do tremor foram percebidos no mar de Valparaíso, na costa a oeste de Santiago.

O leitor Mark Winstanley, que contatou a BBC em Viña del Mar, um balneário próximo de Valparaíso, afirmou que os prédios haviam tremido, mas que ele não havia visto ainda sinais de destruição. Telefones e eletricidade estavam cortados, disse Winstanley.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Corte de gastos gera protestos na Europa

Crise: Ajuste fiscal causa onda de greves e manifestações; elevação da idade de aposentadoria é um dos alvos

Corte de gastos gera protestos na Europa

    Victor Mallet, Kontogiannis Dimitris e Peter Wise, Financial Times, de Madri, Atenas e Lisboa
    24/02/2010
-
AP
Foto Destaque
Espanhóis protestam contra plano do governo socialista de elevar a idade de aposentadoria no país, como parte de um pacote de ajuste das finanças públicas

Cortes emergenciais de gastos pelos governos de países do sul da Europa, com o objetivo de reduzir os déficits orçamentários e restaurar sua credibilidade nos mercados internacionais de dívida, estão despertando a ira de sindicatos de Portugal à Grécia.

A Grécia estava ontem à noite se preparando para as consequências de uma greve geral de 24 horas que deverá paralisar hoje grande parte do país. Sindicatos dos setores privado e público protestarão contra as medidas governamentais de austeridade econômica e as exigências da União Europeia de rigor ainda maior.

Líderes sindicais disseram que esperam um nível de adesão elevado à greve e que isso deve enviar um forte sinal de que o aperto de cintos atingiu seus limites.

"Exigimos do governo e de Bruxelas [sede da UE] que as pessoas e suas necessidades sejam colocadas acima dos mercados e dos lucros", afirmou Stathis Anestis, membro do comitê executivo da GSEE, confederação que reúne sindicatos de trabalhadores do setor privado.

A greve coincide com uma visita a Atenas, iniciada ontem, de técnicos da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para avaliar o progresso da Grécia na restauração da ordem em suas finanças públicas.

Conflitos similares - que colocam em campos opostos as exigências dos credores internacionais e as demandas dos representantes dos trabalhadores - estão irrompendo em outros países da zona euro.

Na Espanha, o presidente do banco central, Miguel Angel Fernández Ordóñez, defendeu ontem um "plano ambicioso" para reduzir o déficit do setor público, que chegou a 11,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado.

Horas antes do momento em que os sindicatos espanhóis iniciariam uma marcha de protesto, na noite passada - contra as propostas do governo de aumentar a idade de aposentadoria de 65 para 67 anos, para garantir a viabilidade de longo prazo do sistema de aposentadoria -, Ordóñez reiterou ainda seu apelo a uma reforma generalizada no rígido mercado de trabalho espanhol.

Sem tais reformas trabalhistas, disse o presidente do BC espanhol, o crescimento econômico será baixo e ficará difícil alcançar os objetivos definidos no plano de estabilidade do governo, que prevê um corte de gastos de € 50 bilhões (US$ 67,5 bilhões) ao longo de quatro anos e visa reduzir o déficit para 3% do PIB em 2013.

Economistas independentes lançaram dúvidas sobre os planos da Espanha, criticando as previsões de crescimento econômico como excessivamente otimistas, mas Madri apresentou o pacote a Bruxelas e espera um veredicto para o mês seguinte.

Em Portugal, os trabalhadores do setor público convocaram um dia de greve nacional para 4 de março, em protesto contra o congelamento dos salários imposto como parte do plano do governo socialista de redução do déficit orçamentário em 1 ponto percentual, neste ano, para 8,3% do PIB.

Os protestos de trabalhadores foram relativamente pouco agressivos no ano passado, pois a inflação baixa ajudou a aumentar o valor de um aumento salarial moderado no setor público. Mas o clima nos sindicatos azedou, em meio ao temor de que o congelamento dos salários será estendido para além de 2010, pois o governo tem dificuldades para cumprir um compromisso de reduzir o déficit para 3% do PIB até 2013.

O primeiro-ministro, José Sócrates, disse na segunda-feira que o plano de crescimento e estabilidade de médio prazo que Portugal apresentará em breve à Comissão Europeia deverá incluir medidas "audaciosas e decisivas" para a consolidação da dívida.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Infraestrutura brasileira: fidelidade ao neoliberalismo

Olá pessoal,

este é um artigo muito interessante escrito pelo economista Carlos Lessa (ex-presidente do BNDES) sobre o problema da infra-estrutura brasileira. Trata-se de uma interessante e abrangente abordagem desse problema de cunho eminentemente geográfico.

É do Valor Econômico de 10/02/10.

Boa leitura.

Infraestrutura brasileira: fidelidade ao neoliberalismo
Carlos Lessa
10/02/2010


Na década de 1950 - enquanto o poeta popular dizia: "Rio, cidade que me seduz, de dia falta água e de noite falta luz" - o Brasil esperava o apoio desinteressado norte-americano para recuperar e ampliar a infraestrutura anterior à II Guerra Mundial. Afinal, fomos aliados contra o Eixo e acreditávamos que o Plano Marshall utilizado para reconstrução europeia teria uma versão brasileira, que jamais surgiu.
Os americanos participaram da Comissão Mista Brasil-EUA, que seria a formuladora da versão brasileira da nova infraestrutura. A Guerra Fria esquentou e o episódio da Coreia sepultou qualquer ajuda. A recomendação norte-americana foi que o Brasil abrisse sua economia ao investimento estrangeiro.
Em matéria de infraestrutura, o Brasil adquiriu as antigas concessões ferroviárias e portuárias inglesas, antiquadas e depredadas ao longo da Grande Depressão dos anos 30 e da ausência de investimento estrangeiro. Gastamos nossas reservas comprando ferro-velho e recuperando as concessões para o Estado Nacional. O filé mignon da eletricidade permaneceu em mãos estrangeiras. O governo brasileiro criou o Fundo Nacional de Eletrificação, organizou a primeira estatal federal do setor (a Chesf), fundou o BNDES, criou o monopólio estatal do petróleo (Petrobras). Surgiram instrumentos públicos sobre soberania do Estado e o Brasil enfrentou com investimento estatal as lacunas do binômio energia/transporte, à época denunciados pela poesia popular e considerados, corretamente, os pontos de estrangulamento do desenvolvimento brasileiro.
Para evitar a descontinuidade fiscal, foram criados impostos vinculados aos diversos setores de infraestrutura. Para o transporte, houve a opção rodoviária - modulável, flexível e, na ocasião, mais acessível - que apontava para o sonho da indústria automobilística própria. Em energia, além do petróleo e da pesquisa pioneira com energia atômica, houve a correta opção pela hidreletricidade. A união dos governos estaduais instalou empresas estatais geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia elétrica. Ao final desse processo, já no regime militar, foram desapropriadas as últimas concessionárias estrangeiras.
O Brasil cresceu, do pós-guerra até o início dos anos 80, 7% ao ano. Foi estrangulado pela hiperinflação dos anos 80, em que reconstruiu o Estado de Direito e mergulhou na estagnação. Nos anos 90, o Brasil aderiu ao Consenso de Washington. Nas décadas anteriores, sempre foi permitido o investimento direto estrangeiro em atividades produtivas não estratégicas para a soberania nacional, mas com a adesão ao Consenso de Washington o Brasil mergulhou no neoliberalismo, removeu o adjetivo de estratégico da infraestrutura, recomendou sua privatização e incentivou a desnacionalização.
O capital privado estrangeiro sempre foi atraído pelo crescimento de nosso mercado interno e pelas externalidades criadas pelo investimento público em infraestrutura. Mas o sistema de financiamento público para infraestrutura foi desmontado pelo neoliberalismo. Prevaleceu o objetivo da estabilização e o Brasil passou a vegetar em um medíocre crescimento, nos anos 90, apenas superior, no Novo Mundo, ao do paupérrimo Haiti. Todas as empresas federais foram privatizadas.
Tivemos, em passado recente, a mais baixa tarifa elétrica do mundo. O preço da eletricidade, entretanto, cresceu muito acima da inflação. Hoje, é uma das mais elevadas e o mix para ajudar as exportações eletro-intensivas é descarregado no consumidor interno. Os apagões se multiplicam e há o abandono à prioridade hidrelétrica; com a intimidação ecologista, as usinas em construção serão praticamente a fio d´água e sem eclusas. À termeletricidade é reservada a complementação em momentos críticos. Nos próximos quatro anos, a expansão da oferta será termelétrica, que é poluente e mais cara.
Aliás, com a privatização, tem sido um padrão o encarecimento das tarifas. Mesmo no setor que os neoliberais festejam, a tarifa do celular no Brasil é a segunda mais cara do mundo, de acordo com a consultoria Bernstein Research Corporation. A brasileira é quatro vezes a norte-americana. Viva a privatização! Do bolso do povão para a lucratividade das concessionárias.
O monopólio estatal do petróleo foi quebrado, mas o neoliberalismo não conseguiu privatizar a Petrobras. A empresa chegou ao pré-sal e tem liderança tecnológica e capacidade de financiar seus projetos. Foi mutilada em sua integridade, porém está recuperando o controle da petroquímica. Pela Petrobras está sendo reativada a construção naval brasileira e temos a esperança de que venha a ser recuperado o sistema portuário, a navegação de cabotagem e a fluvial.
O Brasil tem hoje apenas 29 mil quilômetros de linhas ferroviárias dedicadas ao transporte de carga. O segmento é dominado por cinco grupos, que detêm 11 concessões ferroviárias. Transportam petróleo e derivados, carvão, soja e minérios (ferro e outros). Hoje, a ferrovia transporta apenas 13% das cargas na matriz logística; modestamente, o Brasil pretende dobrar a participação até 2025. Em 1958, tínhamos 39 mil quilômetros de ferrovias. A ANTF sonha que o Brasil chegue em 2015 a 35 mil quilômetros e a 40 mil em 2020. O Brasil tem uma área territorial um pouco menor que EUA, Canadá e China, porém nossa malha ferroviária é cerca de 1/9 da americana, 40% menor que a do Canadá e 64% menor que a chinesa. As ferrovias de integração caminham devagar. Estão em construção ligações leste-oeste entre Bahia e Tocantins e, no eixo norte-sul, entre Palmas e Estrela do Oeste (SP). O Brasil necessita interligar com a ferrovia suas macrorregiões e, com os países vizinhos, chegar ao Pacífico. Apesar de repousarmos em movimentação rodoviária, nossa rede de rodovias pavimentadas é muitas vezes menor que a dos países-baleia; é três vezes menor que a russa e sete vezes menor que a indu. Transportamos por caminhões em rodovias pavimentadas mal conservadas e rodovias sem pavimentação. É extremamente modesta a proposta governamental para a infraestrutura.
Insistimos no neoliberalismo. Além da anunciada privatização dos aeroportos, ampliação das concessões rodoviárias, acolhimento das restrições "ecológicas" nas novas usinas hidrelétricas, em vez de reforçar a Valec como operadora ferroviária estatal. O governo estuda uma nova modelagem ferroviária aberta a qualquer operador que não os cinco grupos atuais. Novas licitações seriam para construção, manutenção e controle de tráfego, porém o novo concessionário não poderia operar a via permanente. O governo quer "aumentar a competitividade" e pretende criar a figura do operador independente. No setor elétrico, uma pseudo-economia de mercado faz com que o Brasil viva uma brutal tarifa elétrica.
Enquanto isso, a China, que não é boba, faz das suas: a China Investment Corporation (CIC), maior fundo soberano do governo chinês, adquiriu meio milhão de ADRs da Vale, na Bolsa de Nova York. Por acaso, o Banco Morgan Stanley, que detém a maior parcela de ações da Vale no exterior, recebeu 1,8 bilhão. O Morgan controla os gestores Black Rock e Teck Resources, especializados em mineração. Com o minério de ferro da Vale e coque chinês, derrama aço na Argentina. A Vale, com o sonho da globalização, namora os navios chineses. Ao invés de investir no exterior, a Vale deveria estar acelerando a malha ferroviária nacional.
Carlos Lessa é professor emérito de economia brasileira da UFRJ. Escreve mensalmente às quartas-feiras.
E-mail: carlos-lessa@oi.com.br

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Oficinas para professores de Geografia

AGB – Associação dos Geógrafos Brasileiros – São Paulo

A AGB-São Paulo está oferecendo de Oficinas para professores de Geografia, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento do ensino de Geografia e aproximar os professores do Ensino Fundamental e Médio da produção do conhecimento geográfico.

Inicialmente serão oferecidas três oficinas:

I. A cartografia, o texto e o mapa

Ana Maria Mastrângelo – professora Unicastelo, mestrado pela USP

II. Geografia: Saberes coloniais e eurocentrismo

Rosemberg Ferracini – doutorando na USP,

III. O uso do “google earth” no ensino de Geografia

Wellington José da Silva, graduando pela USP e

André Luiz Sarante, geógrafo pela UFV

Data: sábado, 27 de fevereiro de 2010

Horário: das 9 as 13h

Local: Prédio de Geografia e História

Av. Lineu Prestes, 338 – Cidade Universitária

Público-alvo: Professores do Ensino Fundamental e Médio,

estudantes e interessados em geral

Taxa de inscrição:

Associados da AGB R$ 5,00

Não associados R$ 20,00

Para se inscrever:

Preencha o formulário de inscrição:

1. pessoalmente, na sede;

2. pelo email agbsaopaulo@yahoo.com.br

3. pelo telefone 3091-3758 de segunda à sexta, das 14h as 18h.

Depósito em conta: C/C: 13005033-0 AG. 0658 – SANTANDER

Atenção:

Certifique-se sobre as vagas na oficina escolhida, antes de efetuar o pagamento

da taxa de inscrição no banco.

Confirmação de inscrição no dia 27 de fevereiro, a partir das 8.30 horas:

Apresentar comprovante de pagamento e comprovante de associação 2010.

Apresentar ou indicar a ficha de inscrição preenchida

Observação:

A AGB-São Paulo fornecerá declaração de participação.



Associação dos Geografos Brasileiros
Seção São Paulo
Av. Prof. Lineu Prestes, nº 338 CEP: 05.508-000
Correspondências:
Caixa Postal 78.028
CEP: 05.508-970
Prédio de Geografia e História - São Paulo- SP
e-mail: agbsaopaulo@yahoo.com.br
site: www.agbsaopaulo.org.br
Tel: (11)3091-3758 fax (11)3091-3159 A/C AGB-SP
horário de atendimento seg a sex das 15h às 21h

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Casa da Palavra 2010 – Retomada das atividades


Em março a Casa da Palavra inicia suas atividades, com novos cursos e novos projetos. As inscrições estarão abertas a partir desta quarta-feira, dia 17 de fevereiro, logo após o carnaval.

Fique atento aos cursos que lhe agradam, e faça sua inscrição por telefone (4992-7218) ou pessoalmente. Se preferir é possível fazer a inscrição desde já pelo email casadapalavra@santoandre.sp.gov.br, fornecendo nome completo, telefone, endereço, e atividade na qual está interessado.

Não demore a inscrever-se, pois algumas atividades possuem vagas limitadas! Todas as atividades que seguem abaixo necessitam de inscrições. Os Cursos possuem limites de vagas de até 40 pessoas, e para receber os certificados é necessário 80% de presença ao longo do curso.

Já os Seminários e as Tardes Filosóficas podem receber participantes não inscritos, devido ao seu caráter não-contínuo, dividido em palestras temáticas. Os Seminários e as Tardes Filosóficas são atividades de difusão, e os certificados são emitidos por palestra individual.

Segue abaixo nossas atividades:

Seminário: Literatura e Psicanálise

Professores: Cleusa Rios (USP), Adélia Bezerra de Meneses (USP/UNICAMP), Suely Corvacho (IF/SP), e Yudith Rosenbaum (USP).

Dias: 13 e 27 de março, 24 de abril, 08 e 22 de maio, e 19 de junho, sempre aos sábados, das 14h às 17h.

Uma série de palestras que busca problematizar as relações entre literatura e psicanálise, um campo no qual a arte da palavra e aspectos da teoria sistematizada por Freud podem interagir e ampliar o universo de reflexões de cada uma. A proposta aqui é encarar o saber psicanalítico como um "aspecto" teórico a mais para a leitura da obra literária. Ao todo serão 06 encontros quinzenais, até o dia 19 de junho. Sempre aos sábados, das 14h às 17h.


Curso: Formação em Analista Literário

Professor: Ítalo Meneghetti

Início: 03 de março (quarta-feira), das 19h às 21h

Sinopse: Cada vez mais cresce a demanda por leitura crítica do texto, sobretudo do texto literário. O mundo nunca foi tão feito de imagens e palavras. Num tempo assim, saber analisar o texto é fundamental para ler e reler o espaço, a sua produção, sentido, razão, técnica e emoção. O acontecer do discurso em sua complexidade. Este curso estende-se até o dia 15 de setembro, sempre às quartas-feiras, com férias em julho.

Curso: Oficina de Leitura e Produção de Textos em Literatura Infantil

Professor: Elvair Grossi

Início: 04 de março (quinta-feira), das 19h às 21h

Sinopse: O curso visa preencher uma lacuna na formação do profissional de educação, ao mesmo tempo tornar-se uma possibilidade de desenvolver práticas de leituras, análises e produção de textos infantis. Este curso se estende até dia 06 de abril, sempre às quintas-feiras.

Curso: Luz, Câmera: – Palavra em Ação – Módulo I

Professora: Ana Maria Dietrich

Início: 04 de março (quinta-feira), das 19h às 21h

Sinopse: O curso tem o objetivo de mostrar a interface entre a palavra e o cinema em múltiplos aspectos e vertentes cinematográficas, destacando-se o cinema novo e o cinema marginal, de modo a propiciar a ampliação da visão de mundo e o conhecimento das duas formas de linguagem e seu território de fronteira. Este curso se estende até dia 01 de abril, sempre às quintas-feiras.

Tardes Filosóficas

Professores: Daniel Pansarelli, Marcos Sidnei Pagotto Euzébio, Suze Piza, Wesley Dourado, Lucieneida Praun, Cesar Mangolin de Barros.

Dias: 06 e 20 de março, 17 de abril, 15 e 29 de maio, 12 e 26 de junho, sempre aos sábados, das 14h às 17h.

Um ciclo de palestras que busca atualizar e familiarizar o conhecimento filosófico dos participantes. Ideal para os que buscam um primeiro contato com a filosofia, ou para quem busca subsídio para suas áreas de interesse, como literatura, ciência, política, ética e outras. Ao todo serão 07 encontros quinzenais, até o dia 26 de junho. Sempre aos sábados, das 14h às 17h.


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A Casa da Palavra é um espaço público dedicado a uma programação de cunho cultural, localizada na Praça do Carmo, 171- Centro – Santo André - SP.

O seu trabalho de difusão e de formação é voltado ao atendimento dos apreciadores e produtores da literatura, pesquisadores, pensadores, estudantes, enfim aos mais diversos amantes da palavra e suas vertentes.

Ela abriga em seu espaço a Escola Livre de Literatura (ELL), que se destina a formação e difusão da Arte da Literatura em seus diversos meios.

Venha conhecer a Casa da Palavra e a Escola Livre de Literatura, estamos abertos a novas idéias!

Este espaço é um equipamento da Secretaria de Cultura Esportes e Lazer da Prefeitura Municipal de Santo André

Contatos:
Cassiano Ricardo Tirapani (coordenador da Casa da Palavra):
crtirapani@gmail.com
Dayse von Ancken Salgado (coordenadora da ELL)
dayse.salgado@gmail.com

Telefone: 4992-7218 (Sérgio ou Suely)

Visite também o nosso blog: http://casadapalavrasa.blogspot.com/

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010





REDES SOCIAIS


A AgênciaClick realizou um radar completo do perfil dos brasileiros nas Redes Sociais






http://www.estadao.com.br


Internet e leitura

Carlos Alberto Di Franco



Os adolescentes são fascinados pelas ferramentas da era digital Eles não desgrudam do celular, vivem digitando mensagens de texto, passam horas escrevendo em blogs, navegando na web ou absortos nos videogames. Mas a dependência da internet não é exclusiva dos adolescentes. Todos nós, jovens e menos jovens, sucumbimos aos apelos do mundo virtual. Eu mesmo fiz o propósito de não acessar meus e-mails nos fins de semana. Tem sido uma luta. Com vitórias, mas também com derrotas. Para o norte-americano Nicholas Carr, formado em Harvard e autor de livros de tecnologia e administração, a dependência da troca de informações pela internet está empobrecendo nossa cultura. Ele falou à revista Época durante visita ao Brasil para uma palestra a 4.500 líderes empresariais.

Segundo Carr, o uso exagerado da internet está reduzindo nossa capacidade de pensar com profundidade. "Você fica pulando de um site para o outro. Recebe várias mensagem ao mesmo tempo. É chamado pelo Twitter, pelo Facebook ou pelo Messenger. Isso desenvolve um novo tipo de intelecto, mais adaptado a lidar com as múltiplas funções simultâneas, mas que está perdendo a capacidade de se concentrar, ler atentamente ou pensar com profundidade."

A internet é uma magnífica ferramenta. Mas não deve perder o seu caráter instrumental. O excesso de internet termina em compulsão, um tipo de dependência que já começa a preocupar os especialistas em saúde mental. Usemos a internet, mas tenhamos moderação. Ler é preciso. Jovens, e adultos, precisam investir em leitura e reflexão. Só assim, com discernimento e liberdade, se capacitam para conduzir a aventura da própria vida. Compartilho com você, amigo leitor, algumas obras. Espero, quem sabe, que o estimulem nos próximos feriados.

Dicionário Lula, um Presidente Exposto por suas Próprias Palavras (Editora Nova Fronteira) é um livro revelador. Um Lula surpreendente, para adeptos e opositores, é o que emerge do livro do jornalista Ali Kamel. Utilizando de forma inédita um método de análise de conteúdo, Kamel pesquisou todos os discursos do presidente improvisados no todo ou em parte, todas as suas entrevistas e todos os programas Café com o Presidente nos períodos de janeiro de 2003 a maio de 2008 e de setembro de 2008 a março de 2009.

"Lula é coerente ao longo do tempo? Lula tem, sobre um mesmo tema, ideias opostas dependendo do público para quem está discursando? Ele se sente confortável diante do capitalismo ou se mostra como um socialista de carteirinha? Em que se apoiam as suas opiniões, avaliações, conceitos, conclusões, afirmativas, certezas? Ou ainda: há alguma base de onde tudo isso parte? Quais são as suas formas de construir um discurso e de comunicar esse mesmo discurso?"

"O Lula que emerge destas páginas é um comunicador sem igual; um homem que vê o mundo a partir de sua experiência concreta de vida, de uma maneira que salta aos olhos; coerente, mas com incoerências importantes; um cidadão que preza os valores tradicionais da família e de Deus; um filho legítimo do capitalismo que almeja para os outros a mobilidade social que conseguiu para si (quando se tornou torneiro mecânico); um conciliador, cujo objetivo, ao menos no nível da retórica, é alcançar a harmonia entre os polos extremos da sociedade, tendo, para isso, como principal instrumento, políticas assistencialistas."

Lula é, sem dúvida, um grande comunicador. Sua história de vida, carregada de carências e sofrimento, enrijeceu sua personalidade e o transformou num homem decidido a vencer a qualquer preço. Mas é precisamente na têmpera da sua obstinação que reside a sua maior fragilidade ética. O projeto de poder de Lula não admite barreiras. Em nome da governabilidade e da perpetuação de seu projeto de poder, Lula se aliou ao que de pior existe na vida pública brasileira. A relativização dos valores e a condescendência com os companheiros e aliados envolvidos em graves irregularidades virou rotina na fala presidencial. O livro ilumina os méritos do presidente da República, mas também desnuda suas sombras.

Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental (Editora Quadrante, São Paulo). Um belo livro e uma forte estocada nos preconceitos politicamente corretos. Se perguntarmos a um estudante universitário o que sabe da contribuição da Igreja Católica para a sociedade, a sua resposta talvez se resuma a uma palavra: opressão, por exemplo, ou obscurantismo. No entanto, essa palavra deveria ser civilização.

O autor, Thomas Woods, doutorado pela Universidade de Columbia, mostra como toda a civilização ocidental nasceu e se desenvolveu apoiada nos valores e ensinamentos da Igreja Católica. Em concreto documenta, entre muitas outras coisas, como a Igreja criou uma instituição que mudou o mundo: a universidade; como ela nos deu uma arquitetura e umas artes plásticas de beleza incomparável; como os filósofos escolásticos desenvolveram os conceitos básicos da economia moderna, que trouxe para o Ocidente uma riqueza sem precedentes; como o nosso Direito, garantia da liberdade e da justiça, nasceu em ampla medida do Direito Canônico; como a Igreja criou praticamente todas as instituições e o conceito de assistência que conhecemos, dos hospitais à previdência; como humanizou a vida, ao insistir durante séculos nos direitos humanos e na sacralidade de cada pessoa.

Num momento em que se planta uma imagem da Igreja como inimiga do progresso da ciência e da técnica, e da liberdade do pensamento, esse é um livro que desfaz preconceitos, corrige clichês e ensina verdades teimosamente omitidas no ensino colegial e universitário.

Boa leitura!

Carlos Alberto Di Franco, doutor em Comunicação pela Universidade de Navarra, professor de Ética, é diretor do Master em Jornalismo www.masteremjornalismo.org.br) e da Di Franco - Consultoria em Estratégia de Mídia (www.consultoradifranco.com) E-mail: difranco@iics.org.br