SEJAM BEM VINDOS!!!

NOSSO EMAIL: geografiaunicastelo@yahoo.com.br



BAIXEM OS FORMULÁRIOS PARA ESTÁGIOS E ATIVIDADES COMPLEMENTARES 2011 EM LINKS IMPORTANTES!!!

segunda-feira, 29 de março de 2010

TEATRO - NU CONCRETO
(Conceitos extraídos da obra de Milton Santos)
De 25 de Março a 04 de Abril (só duas semanas)
em cartaz na Caixa Cultural, SP
Praça da Sé, 111, Centro
Tel. 3321-4400
de quinta a domingo
Quintas, sextas e sábados às 20h
Domingos às 19h

Entrada gratuita - retirar senhas com uma hora de antecedência
NuConcreto” é o resultado artístico de uma pesquisa teórica de conceitos extraídos da obra do geógrafo Milton Santos e dos seus estudos sobre a vida em sociedade, nos centros urbanos contemporâneos, e as influências da globalização.

Conceitos como território, lugar, verticalidade e horizontalidade, território usado e espaço de fluxos, servem de ponto de partida para a criação de cenas, imagens e situações relacionadas ao tema amplo: o da metrópole contemporânea e o homem – ser social – que nela habita.
A narrativa de “NuConcreto” respeita livremente a do livro “Por uma outra Globalização - do pensamento único à consciência universal”, de Milton Santos.
“NuConcreto” não parte de uma dramaturgia pronta. Os procedimentos de trabalho foram se estruturando no decorrer do processo de montagem. A partir dos conteúdos estudados nos seminários, debates e leituras, os atores criavam cenas e propunham imagens que, depois de trabalhadas e ordenadas, eram apresentadas ao restante da equipe e também ao público, já que todo o processo foi permeado por ensaios abertos semanais. Estes propunham caminhos de estruturação da narrativa e os atores, com a direção, voltavam a trabalhar sobre o material.
Assim foi se configurando um espetáculo sem fábula, cuja narrativa é amarrada a partir dos aspectos mais teatrais, contundentes e contemporâneos presentes nos estudos de Milton Santos.
A proposta cenográfica é também um ponto de partida do espetáculo. O cenário, um grande “trepa-trepa” de canos de ferro, faz referência à cidade, com seus compartimentos; à sensação de abafamento e aperto dos centros urbanos; aliados às possibilidades lúdicas e simbólicas viabilizadas pelas técnicas circenses, em especial as técnicas do mastro chinês, pouco exploradas pelo circo ou pelo teatro brasileiros.
“NuConcreto” é a primeira incursão do CIRCO MÍNIMO por uma encenação em que o público e a cena ocupam o mesmo espaço. Essa opção foi resultado das soluções encontradas no decorrer do processo criativo do espetáculo, em confronto com o conteúdo proposto por Milton Santos.
“NuConcreto” é um espetáculo sensorial, interativo, humorado, e extremamente conectado com a vida urbana da metrópole.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Uol - Notícias - Política

18/03/2010 - 07h49

Alencar diz que Estados produtores têm direito adquirido sobre petróleo

Vladimir Platonow
Da Agência Brasil
No Rio de Janeiro


A questão provocada pela Emenda Ibsen, que prevê a redistribuição dos royalties da exploração do petróleo e gás entre os Estados e municípios produtores e não produtores, deve ser discutida no âmbito da Constituição, disse na noite de ontem (17) o presidente da República em exercício, José Alencar. Para Alencar, os Estados produtores, como o Rio de Janeiro e o Espírito Santo, têm direitos adquiridos.

“Há um direito adquirido dos Estados produtores e obviamente que todos esses contratos e regras já existentes foram objeto de orçamentação do Estado e previsão de investimentos. Isso tem que ser considerado. Além disso, a própria Constituição, quando fala que o subsolo é um bem da União, fala também no direito dos Estados produtores”, disse.

O presidente em exercício afirmou ainda que o Senado Federal saberá tratar do assunto com a serenidade que a questão merece. “Isso tem que ser discutido com paciência, e vai ser discutido no Senado, com calma, ouvindo todos os lados. No Senado é mais fácil, pois cada Estado tem três representantes e é uma casa representativa do sistema federativo nacional”, afirmou.

José Alencar participou da cerimônia de entrega do Prêmio Faz Diferença na noite de ontem, no Rio de Janeiro. O presidente em exercício foi contemplado na categoria País. Perguntado sobre sua eventual candidatura nas eleições deste ano, disse que era um soldado do partido (PRB) e que não sairia candidato apenas por sua conta. “Mas se todos quiserem, eu vou estudar. Porém, só irei se for chamado. E não é só pelo partido não, por todos os partidos que fazem a aliança nacional”.

O presidente da República em exercício também comentou a decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 8,75%. José Alencar classificou a medida como prudente, mas lembrou que o Brasil ainda detém uma das maiores taxas de juros reais do mundo.

O presidente em exercício permanece no Rio de Janeiro, onde se reunirá hoje (18) com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, na Petrobras. Eles vão discutir com a estatal a construção de uma usina de amônia. A ideia, segundo José Alencar, é construir a usina na cidade de Uberaba, região de grande produção agropecuária do Estado mineiro.


terça-feira, 16 de março de 2010

16/03/2010 - 09h41

Seis Estados pagam salário abaixo do piso a professor


RICARDO WESTIN
da Folha de S.Paulo


Professores iniciantes de seis redes estaduais começaram o ano letivo recebendo um salário menor que R$ 1.024,67 --mínimo determinado pela lei.

Em Goiás, Tocantins, Rondônia, Ceará, Pernambuco e Rio Grande do Sul, a remuneração não alcançou o piso nacional, segundo estudo da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).

O piso salarial vale para os professores iniciantes com formação de nível médio (sem diploma universitário) que trabalham 40 horas por semana.

A lei, que abrange também as escolas municipais, foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Lula em 2008. Antes disso, cada Estado e município tinha um piso próprio.

Com a lei, o piso nacional foi estipulado em R$ 950. Como é obrigatório que seja reajustado todo mês de janeiro, o mínimo hoje é de R$ 1.024,67, segundo o Ministério da Educação.

Daqueles seis Estados, cinco (GO, TO, RO, CE e PE) começaram o ano pagando os antigos R$ 950, sem aplicar o reajuste obrigatório. No RS, a remuneração inicial dos professores é ainda mais baixa, de R$ 862,80.

"Nas redes municipais, embora não haja dados, a situação é pior. O professor tem menos força para negociar em municípios menores", diz o presidente da CNTE, Roberto Franklin de Leão. Para ele, o piso nacional é descumprido por razões políticas, não financeiras. "O ministério tem verbas para socorrer os que alegam não poder pagar o piso, mas ninguém pediu."

O MEC confirma. Para obter o dinheiro, os governantes precisam comprovar que falta dinheiro para a educação. "Se fosse verba para obra, eles viriam correndo. O problema é que ninguém inaugura professor ou aluno", critica o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

O piso salarial ainda causa discordâncias porque um grupo de governadores recorreu ao Supremo Tribunal Federal alegando que a lei era inconstitucional. O Supremo ainda não decidiu o mérito da questão e determinou que, enquanto isso, os professores não podem ganhar menos do que o piso.

"Os governadores e prefeitos se apoiam nessa indecisão do Supremo. O Ministério Público deveria processá-los por improbidade administrativa e pedir cassação", diz Buarque.

A CNTE usa cálculo distinto e defende piso de R$ 1.312,85 (sem contar gratificações). O STF aceitou a inclusão das gratificações no cálculo do piso.

10/03/2010 - 16h58

Serra ignora greve dos professores de SP; ouça

da Folha Online


No programa semanal de rádio "Conversa com o Governador", José Serra (PSDB) aborda a Educação em São Paulo e explica o funcionamento do Programa de Valorização pelo Mérito -- que prevê aumento de salário para profissionais de escolas cujos alunos obtiverem melhores desempenhos.

"A carreira do professor está voltando a ser atraente", diz o governador. Neste ano, o Estado abriu concurso para 10 mil novas vagas. No total, foram mais de 261 mil inscritos. "Se fosse mau negócio, você não teria 26 candidatos para cada vaga", afirma Serra.

O governador não mencionou, porém, a greve dos professores da rede estadual de ensino. De acordo com a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo), nesta terça-feira (9), a adesão chegou a 55% da categoria.

Em nota, a Secretária da Educação afirmou que as escolas estaduais funcionaram normalmente, e que a adesão foi de cerca de 1% dos professores.

A pasta voltou a dizer que a ação "é prova de que a tentativa de greve é um movimento político, inimigo da educação de São Paulo e contrário até mesmo aos interesses dos próprios professores".

A principal reivindicação da Apeoesp é um reajuste salarial de 34,3%.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Blog - Controvérsia

Olá pessoal,

inaugurando uma seção contendo referências de materiais de estudo e pesquisa (sites, livros, pesquisas etc).
Um comentário introdutório e a referência completa no final do post (ou então é só clicar no título do post) é o padrão que tentaremos manter.

O primeiro é um blog mantido pelo Prof. Ricardo Alvarez de re-publicação da materiais interessantes e artigos do próprio professor. Um esforço semelhante ao que fazemos aqui. O prof. Ricardo Alvarez é professor da Fundação Santo André e ex-vereador do munícipio de Santo André. Foi figura fundamental na luta pela manutenção da Fundação como uma instituição pública, de qualidade e não voltada apenas para os interesses do "mercado".

LINK: http://blog.controversia.com.br

Até,
Danilo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Secretaria vai descontar salário de professor que aderir à greve em SP

Folha de São Paulo - online

A Secretária Estadual da Educação afirmou nesta quarta-feira que os professores da rede estadual de São Paulo que aderirem à greve da categoria terão ponto cortado nos dias que deixarem de dar aulas.


A secretaria afirma que, além do desconto salarial, os grevistas serão excluídos dos programas de bônus pelo cumprimento de metas e de valorização pelo mérito, que permite aumentos salariais aos mais bem avaliados. Os dois programas têm como regra a regularidade da presença dos professores.

No terceiro dia de paralisação, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo) afirmou que a adesão dos professores foi de 58% em todo o Estado. A secretaria afirma que a greve atinge 1% dos 220 mil professores.

Nesta quinta-feira (11), o sindicato vai realizar assembleias em suas 93 subsedes, para avaliar o movimento. Na sexta será feita uma reunião estadual, no vão do Masp, para definir os rumos do movimento. A intenção é realizar, também, uma passeata pela avenida Paulista.

Reajuste

De acordo com a Apeoesp, a proposta, feita pelo governo, de incorporar as gratificações ao salário cria um reajuste de 0,27% para professores até a 4ª série do ensino fundamental, e 0,59% para os professores da 5ª série do ensino fundamental ao ensino médio.

Com a greve, os professores esperam que a gestão José Serra (PSDB) sinta-se pressionada e inicie um processo de negociação para o reajuste dos salários. O objetivo é conseguir 34,3%.

A secretaria disse que não há condição econômica para sustentar o aumento, que custaria R$ 3,5 bilhões e desorganizaria as finanças do governo do Estado. A pasta diz que sua folha de pagamentos cresceu 33% entre 2005 e 2009, passando de R$ 7,8 bilhões para R$ 10,4 bilhões.




domingo, 7 de março de 2010



Tremor no Chile em 1835 ajudou Darwin a criar teoria da evolução, diz historiador


Da BBC


Charles Darwin presenciou tremor em Concepción, no Chile, há 175 anos; suas observações foram importantes para a teoria da evolução.


Terra em transe - 'Veio de repente e durou dois minutos (mas pareceu muito mais)... A ondulação parecia vir do leste ... Um terremoto como esse destrói o emblema de tudo aquilo que é sólido', escreveu Darwin (Foto: Portal Darwin-Online.org.uk via BBC)


Um historiador britânico afirma que o fato de Charles Darwin ter presenciado um terremoto de magnitude 8,2 no Chile em 1835 o ajudou a desenvolver a teoria da evolução das espécies.

'Foi uma das principais influências que levaram Darwin a se perguntar como os seres vivos sofreram mutações para se adaptar a um mundo sempre em mutação'

Em entrevista à BBC Brasil, John van Wyhe, fundador do portal Darwin Online, explica que o famoso naturalista britânico esteve no país sul-americano em 1835, em meio à sua expedição de barco que percorreu meio mundo ao longo de cinco anos.


Cobertura completa: terremoto no Chile


No dia 20 de janeiro daquele ano, segundo o US Geological Survey, a agência geológica americana, um terremoto de magnitude 8,2 teria afetado a região e causado a morte de 500 pessoas.


O sismo ocorreu por volta das 11h00 (hora local) e durou cerca de dois minutos. Assim como o evento do último sábado, o tremor de 175 anos atrás afetou principalmente a cidade de Concepción, que ficou destruída em apenas seis segundos.


O professor de história da ciência da Universidade Nacional de Cingapura explica que, no momento do tremor, Darwin estava próximo de Valdívia, cidade a 322 quilômetros do epicentro.


"Eu estava em terra firme e deitado em uma floresta para descansar. Veio de repente e durou dois minutos (mas pareceu muito mais). O tremor era muito perceptível; a mim e ao meu servo, a ondulação parecia vir do leste (...) Um terremoto como esse destrói as mais antigas associações, o mundo, o emblema de tudo aquilo que é sólido", descreveu Darwin em seu diário.


O pesquisador então viajou para a cidade de Concepción, aonde chegou no dia 4 de março.


"É o mais terrível, e ainda assim, o mais interessante espetáculo que eu já testemunhei", escreveu Darwin ao encontrar a cidade em ruínas. Como mostra a ilustração acima, a catedral da cidade havia desmoronado.


"Combinando suas próprias observações com as de muitos moradores locais, Darwin tentou reconstruir o evento e entender porque ele havia ocorrido. Ele descobriu que três vulcões haviam entrado em erupção ao longo da costa chilena quase simultaneamente ao terremoto", explicou van Wyhe.


Darwin observou que, por causa do terremoto, a costa havia se erguido em relação ao nível do mar. O ponto em que as ondas se chocavam contra as pedras da ilha de Santa Maria, por exemplo, era três metros mais baixo do que o usual.


Essa observação levou o pesquisador a concordar com as teorias que defendiam que o planeta Terra está em uma constante e lenta mutação.


"Essa experiência foi muito importante para Darwin, porque ele já havia lido muito sobre as constantes alterações do planeta Terra, mas no Chile é que ele pôde presenciar e estudar esse fenômeno com seus próprios olhos", disse van Wyhe à BBC Brasil.


"(Essa observação) foi uma das principais influências que levaram Darwin a se perguntar como os seres vivos sofreram mutações para se adaptar a um mundo sempre em mutação. Sua resposta foi, é claro, evolução, ou que novas espécies são descendentes genealógicas de antepassados, adaptadas de acordo com a seleção natural do ambiente de cada um", explica van Wyhe.


"O recente trágico terremoto no Chile demonstra, como Darwin sabia bem, que nossa Terra não é estática. Ela ainda está mudando, ainda evoluindo", conclui o historiador.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Bachelet decreta luto oficial e novo tremor atinge o Chile


Marcia Carmo

Enviada especial da BBC Brasil a Santiago, Chile


A presidente do Chile, Michelle Bachelet, decretou, nesta quinta-feira, três dias de luto pelas 802 mortes já confirmadas provocadas pelo terremoto que atingiu o país no último sábado.

O primeiro dia do luto oficial será neste domingo. Bachelet sugeriu ainda que os chilenos coloquem a bandeira nacional na porta das casas em solidariedade às vítimas do desastre que abalou o país.

As declarações foram anunciadas no palácio presidencial La Moneda pelo secretário do Interior, Patrício Rosende, que ainda leu parte da lista dos 279 mortos já identificados do terremoto.

Novo tremor

No momento em que Rosende falava em frente a câmeras de televisão, o país registrou um novo tremor de 6,3 graus de magnitude. O terremoto ocorreu a 83 quilômetros da cidade de Calama, no norte do país, na região de Antofagasta.

De acordo com a diretora do Escritório Nacional de Emergência (Onemi, na sigla em espanhol), Carmen Fernández, o tremor desta quinta-feira não seria mais uma das centenas de réplicas já registradas desde sábado, mas um novo terremoto.

“Não é réplica daquele imenso terremoto. Este, agora, foi de menor intensidade e foi no interior do país, longe do mar e das áreas habitadas”, afirmou. Segundo ela, o epicentro foi perto da fronteira com a Bolívia.

Testemunhas afirmaram que ouviram estrondos e que houve comoção, mas ainda não se tem relatos de feridos ou dos estragos causados pelo novo abalo.

Transporte

Desde sábado, a alternativa de acesso a Santiago, é a estrada. Com os estragos causados na torre de controle eno prédio do aeroporto da capital chilena, a operação aérea é limitada e aqueles que esperam por voos desde sábado têm prioridade de embarque.

A reportagem da BBC viajou entre Mendoza, na Argentina, e Santiago. No caminho, soldados argentinos entraram no ônibus para anotar os nomes dos voluntários que continuam chegando ao território chileno para participar da ajuda, principalmente em Concepción – destruída pelos tremores e alvo de saques a supermercados, lojas e casas.

No ônibus, além dos voluntários, profissionais da área de comunicação também estavam a caminho da capital para trabalhar na recuperação deste setor, também prejudicado pelos tremores.

A comunicação continua difícil ou ainda interrompida nas áreas mais afetadas, principalmente aquelas que foram arrasadas por tsunamis.

Já na entrada de Santiago aparecem cartazes eletrônicos de uma campanha nacional para arrecadar recursos para sobreviventes e familiares das vitimas fatais que dizem: “Chile ajuda o Chile”.

Nas rodas de conversa, em Santiago, o assunto ainda são os tremores da véspera e as imagens da destruição que continuam chegando de lugares como Talcahuano, onde barcos foram empurrados pelas ondas e continuam em meio ao caos de casas destruídas e lojas saqueadas.

Uma das frases mais repetidas nas emissoras de rádio e canais tevê e pelos especialistas é: “depois do terremoto da natureza, vivemos o terremoto social”.

Reconstrução

Ainda nesta quinta-feira, a presidente Bachelet afirmou que serão necessários quatro anos para a reconstrução das áreas abaladas.

“Praticamente todo o próximo governo (mandato de quatro anos) deverá ser dedicado à emergência e a reconstrução das regiões afetadas”, afirmou.

Michele Bachelet entregará o cargo ao sucessor, Sebastián Piñera, na próxima quarta-feira.

Por sua vez, os presidentes dos dois principais partidos governistas, que são a base da frente de centro-esquerda Concertación, disseram que “vão apoiar” o próximo governo, de centro-direita e atual oposição, na reconstrução do país.


“Vamos cooperar com o presidente Piñera, com o que ele precise para que o Chile volte a se reerguer”, disse Juan Carlos Latorre, presidente da Democracia Cristiana (DC).

No mesmo tom, o presidente do Partido Socialista, Fúlvio Rosse, afirmou que a legenda vai “colaborar” não só neste momento de emergência, mas igualmente na etapa de reconstrução.

quarta-feira, 3 de março de 2010




Que Brasil é este?

Valor Econômico

Por Marta Barcellos, do Rio
26/02/2010

O censo demográfico de 2010 ainda não começou, mas um Brasil bem diferente do de dez anos atrás já surge do processo que mobilizará 190 mil recenseadores e 58 milhões de entrevistados a partir de agosto. Neste novo Brasil, a utilização ou não de serviços de internet e telefonia celular ajudará a identificar as condições socioeconômicas das famílias - um papel que cabia ao videocassete e ao forno de microondas em 2000. Neste novo país, ainda, o entrevistado pelo censo poderá se identificar como "cônjuge do mesmo sexo" da pessoa de referência no domicílio (e não mais "o responsável", já que existe a responsabilidade compartilhada). Será indagado sobre rendimentos provenientes do Bolsa Família, parentes que foram tentar a sorte em países estrangeiros e tempo despendido no trajeto de casa até o trabalho ou à escola - questões não investigadas na década anterior.

Se é verdade que se deve julgar um homem por suas perguntas, mais que por suas respostas, como dizia Voltaire, no caso de um país as questões escolhidas para radiografá-lo na maior pesquisa populacional também podem dizer muito sobre ele. As perguntas que constam no questionário final do censo, aprovado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) depois de dez meses de debates, revelam alguns dos pressupostos sobre as mudanças de arranjos familiares, movimentações demográficas e hábitos da população, além de refletirem demandas por políticas públicas e privadas que surgiram em função dessas transformações. Longe de serem "chutes", essas suposições tiveram por base tendências já detectadas em pesquisas menos abrangentes - como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do próprio IBGE, que abrange 140 mil domicílios -, levantamentos específicos feitos por instituições privadas e governamentais e também pressões políticas pela inclusão de perguntas consideradas importantes por ministérios e por segmentos da sociedade organizada.

"Não precisa dizer que é importante", costumavam avisar os técnicos do IBGE no início dos debates realizados a partir de 9 mil sugestões de temas recebidos pelo instituto. "Como tudo é importante, precisávamos olhar o que era viável", afirma o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, dando uma amostra da habilidade política que foi necessária na condução do processo. Na prática, a maioria das propostas era descartada com o argumento de ser mais adequada a pesquisa por amostragem, e não levantamentos que varrem territorialmente o país. Todos os domicílios dos 5.565 municípios brasileiros serão entrevistados ao longo de dois meses, pelo menos em tese. Como a inclusão de novos quesitos implica também aumento do tempo de entrevista, ou retirada de perguntas já consolidadas em censos anteriores, a tradição acabou prevalecendo. Os grupos de homossexuais, por exemplo, não tiveram atendida a reivindicação de inclusão de um quesito específico sobre orientação sexual - embora desde a contagem da população de 2007, feita com questionário simplificado, exista a possibilidade de identificação de um morador como cônjuge do mesmo sexo de outro. Da mesma forma, outros temas delicados propostos, como aborto ou consumo de drogas, ficaram só na pretensão de grupos específicos.

Para testar a eficiência de novas perguntas, foram realizadas provas-piloto em áreas pequenas, no caso de assuntos como população indígena e portadores de deficiências, que já eram investigados pelo censo. Foi assim, por exemplo, que uma pergunta sobre a capacidade do morador de cuidar de si próprio em atividades como vestir-se e tomar banho, considerada importante por especialistas da área, chegou a ser testada e incluída, mas acabou eliminada no enxugamento final do questionário, junto com pelo menos outros dez itens. "Em uma operação complexa como o censo, o tamanho extenso do questionário faz tanto o entrevistado como o entrevistador perderem rendimento", justifica Pereira Nunes, que calcula em 40 minutos o tempo gasto pelos recenseadores para aplicar o formulário mais detalhado do censo. "Preferimos retirar algumas perguntas a blocos inteiros de temas."

Mesmo com tantos filtros, o censo de 2010 terá novidades importantes, emblemáticas da complexidade e da dimensão do país. Ao mesmo tempo em que as línguas indígenas do Brasil rural serão pesquisadas e mapeadas pela primeira vez - uma demanda de demógrafos, áreas do governo que tratam da questão territorial e linguistas, que estimam em 180 os idiomas falados pelos índios -, nas áreas urbanas os moradores terão a chance de revelar quanto tempo gastam de casa até o local de trabalho e estudo. Em ambos os casos, os dados serão valiosos para orientar políticas públicas nas áreas de habitação e transporte. "A priori, não posso afirmar que políticas específicas vão utilizar esses dados, mas o próprio desenho do questionário é produto da integração com ministérios, especialistas e usuários interessados nas informações", diz o presidente do IBGE.

Diante da amplitude e da profundidade do recenseamento, pode-se concluir que não será por falta de informação que políticas eficientes e focadas deixarão de ser executadas. Como a pesquisa de 2010 será georreferenciada, permitindo a localização de cada residência digitalmente, os dados estatísticos poderão ser cruzados com os geográficos, permitindo os mais diversos recortes e estudos. "Numa área em que as crianças estão muito dispersas, por exemplo, pode-se concluir que um bom sistema de transporte é mais importante do que construir uma escola", diz Pereira Nunes.

Mesmo sem precisão espacial, dados semelhantes a esses já eram utilizados de forma rotineira para municípios programarem campanhas de vacinação ou abertura de vagas em escolas, conta o demógrafo Antônio Marangoni, da Fundação Seade, que produz análises e pesquisas a partir dos dados do censo. "Neste período que precede um novo censo, algumas ações chegam a ser adiadas, à espera dos dados atualizados, porque aumenta o risco de subestimarmos o número de vagas necessárias no ensino médio, por exemplo."

Orgulhosos de estimativas precisas feitas a partir de dados nem sempre atuais, os demógrafos amargaram algumas surpresas quando foram revelados os números do censo de 2000. "Percebeu-se uma diferença que só podia ser explicada pela emigração internacional", diz Marangoni. Foi a partir da constatação de que o Brasil, tradicional receptor, poderia estar se tornando um país cedente de imigrantes, que a sugestão de se incluir o tema da emigração foi acolhida - apesar da dificuldade de se chegar a números conclusivos, mesmo com cruzamentos com informações do Ministério das Relações Exteriores e de consulados. Como a pergunta será "Alguma pessoa que morava com você está morando em outro país?", as famílias que viajaram sem deixar parentes não serão contabilizadas. "De qualquer forma, vamos compreender melhor os brasileiros emigrantes, de onde saíram, para onde foram e quando. Continuávamos medindo os estrangeiros que entravam, mas nunca perguntamos sobre os que saíram. Talvez esse saldo hoje seja diferente", diz o presidente do IBGE.

Mais que tudo, porém, está em jogo a projeção da população brasileira para os próximos anos. "As tendências demográficas do país estão bastante aceleradas", diz o geógrafo e economista Cláudio Antonio Gonçalves Egler, professor da UFRJ e membro da comissão consultiva do censo 2010, formada por especialistas que assessoram o IBGE desde abril. "Nosso padrão demográfico está cada vez mais distante da pirâmide etária dos países em desenvolvimento, caminhando para o padrão europeu. Isso vai mudar a face das cidades e determinar a demanda por outros tipos de serviços." Egler diz que o Brasil ainda precisa se acostumar à ideia de mudança na estrutura etária, uma percepção confirmada pela experiência de Marangoni, na Fundação Seade, quando faz estudos para prefeituras do interior do Estado de São Paulo. "Às vezes, um município acredita que estão faltando crianças na escola. Aí confirmamos a redução, e é preciso até eliminar uma classe inteira."

Durante os debates sobre o conteúdo do recenseamento, Egler, que já tinha participado da equipe de avaliação da sustentabilidade do Plano Plurianual (PPA) do governo federal, foi um dos defensores de uma ênfase maior nas questões relacionadas à energia. "A disponibilidade de informações do censo vai ajudar no planejamento de longo prazo do próximo PPA", afirma. Ele elogia as inovações do questionário, justifica os ajustes finais que eliminaram itens, mas ressalta que "a questão da sustentabilidade ainda é exploratória no Censo 2010". "Este será o censo das políticas sociais", diz Egler. "Espero que o próximo seja o censo da sustentabilidade."

Os avanços sociais e econômicos da última década de fato devem ganhar destaque quando os primeiros resultados do censo forem divulgados no final do ano, depois das eleições. "Teremos leituras exaustivas das comparações entre 2010 e 2000", prevê Pereira Nunes. Muitas das grandes transformações serão explicadas por pesquisas anuais que já apontavam tendências como a eletrificação ou a inclusão digital. Os números devem impressionar, mas não surpreender. As surpresas maiores tendem a vir de questões incluídas pela primeira vez no censo, como no caso dos itens sobre deslocamento, emigração e línguas indígenas. Mesmo em quesitos já explorados, há alguma expectativa em relação a perguntas que foram acrescentadas, no intuito de aperfeiçoar a investigação dos temas. No bloco "trabalho e rendimento", por exemplo, a situação do morador que já se declarou como desempregado, em busca de uma vaga, agora é checada com outra indagação: "Se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumi-lo na semana que vem?" Na pergunta subsequente, sobre renda mensal, o mesmo morador vai responder se recebe especificamente rendimentos do Bolsa Família, do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e outros programas sociais ou de transferências.

Não é difícil imaginar que o cruzamento de informações desse tipo possa apontar a eficácia, ou as fragilidades, de programas sociais do governo, relacionando-os também a consumo e escolaridade. Pereira Nunes, no entanto, diz que os aperfeiçoamentos na metodologia que apura informações sobre renda e emprego, assim como em outros temas, apenas acompanham as novas recomendações internacionais - no caso, da Organização Internacional do Trabalho (OIT). "Se a pessoa disser que está procurando emprego e depois que está disponível para assumi-lo, é considerada desempregada. Se não estiver disponível, não vai ser computada. É uma forma de filtrar melhor o conceito de emprego e desemprego."

A medição de rendimentos é uma das peculiaridades do recenseamento brasileiro. "É muito difícil de perguntar", observa o presidente do instituto. Mesmo que sejam revelados com pouca exatidão, os valores podem ser cruzados com outros levantamentos, como Pnad e Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), e são fundamentais para os cálculos das contas nacionais - que, dessa forma, consideram a chamada economia informal.

Em outros países, sem tanta informalidade, o constrangimento de perguntar sobre renda costuma ser evitado, como ficou evidente no contato que os técnicos do IBGE tiveram com observadores internacionais que acompanharam um censo experimental realizado no ano passado no município de Rio Claro (SP). Os representantes de institutos de estatística de Angola, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, México, Equador, Peru, Venezuela, Colômbia e República Dominicana estavam especialmente interessados na parte tecnológica e operacional do censo, mas as diferenças culturais também entraram nas rodas de discussão. Aos olhos estrangeiros, o censo brasileiro pode parecer exótico, não somente por tratar de questões indígenas e urbanas, como por dispensar igual atenção a assuntos considerados tabu em muitos países, como cor da pele e religião. "Na Europa, são temas excluídos, por causa da história de guerras e perseguição político-religiosa, mas aqui tratamos com muita naturalidade", explica Pereira Nunes.

Do ponto de vista prático, o maior interesse em relação ao Censo 2010 deve recair sobre o mapeamento da chamada "nova classe média" brasileira, já que as maiores usuárias dos microdados do IBGE são as empresas de pesquisa de mercado, que orientam os investimentos de redes varejistas, indústrias de bens de consumo, empreendedores de shopping centers, instituições bancárias e de telecomunicações. Com a novidade do georreferenciamento, localizar com precisão os potenciais consumidores (que hoje anseiam por internet e celular, e não mais por videocassete e microondas) ficará muito mais fácil. Ou seja, se as aguardadas políticas públicas não vierem, as ações da iniciativa privada parecem garantidas.